RADIAÇÃO, O MAL SILENCIOSO E INVISÍVEL

05/04/2011 15:12

 

Radiação, o mal silencioso e invisível

 

A tragédia do Japão colocou em alerta o mundo, de novo, sobre o perigo que a radiação representa para o ser humano. Os especialistas dão conselhos práticos em caso de alarme nuclear.

“A radiação não se vê nem se cheira, mas seus efeitos são de longo prazo, e danificarão a saúde e o meio ambiente durante anos”, assegura o radiobiólogo Eduard Rodríguez-Farré.

Hoje o planeta tem os olhos voltados para o desastre ocorrido na usina nuclear de Fukushima (Japão) e se divulga o medo da possível contaminação pela radiação.

No Japão, as povoações circundantes ao desastre foram deslocadas para refúgios seguros e, para aqueles mais expostos à radiação, foi aplicado o uso de iodeto de potássio. Este composto é uma forma comum de sal, similar ao de cozinha, que protege a glândula tireoide da radiação e do consequente câncer causado pelo iodo radioativo.

“Até o momento, em Fukushima, 22 pessoas foram expostas a radiação”, segundo informava o ministro porta-voz do Japão, Yukio Edano, no início da última semana.

O que fazer em caso de alarme nuclear

Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos dão os conselhos básicos em caso de alarme radioativo, segundo o jornal espanhol “El Mundo”.

É indispensável se fechar em um lugar que tenha o mínimo contato com o ar do exterior, manter as janelas fechadas e os sistemas de ventilação desligados. Os animais de estimação também devem ser protegidos do contágio para não ser um foco de radioatividade após o alarme.

 

Segundo os especialistas, é necessário preparar um kit básico de sobrevivência com alimentos, bebidas, dinheiro, lanternas, pilhas, remédios e objetos pessoais, assim como manter o rádio ligado para ficar informado pelas autoridades, é de vital importância em caso de alarme nuclear.

Dar um remédio para as partes contaminadas é tarefa mais complicada. Rodríguez-Farré argumenta que, perante a principal via de contato com os poluentes, a inalação, somente as pastilhas de iodo são efetivas.

O especialista também acrescenta que “o contato com a pele se elimina limpando e escovando o corpo, o pelo e as unhas com detergente e desprezando a roupa”.

Efeitos no corpo humano

Rodríguez-Farré explica que existem mais de 60 poluentes radioativos diferentes no núcleo de um reator nuclear.

“Os que teriam maiores consequência para a saúde humana seriam o iodo, o estrôncio e o césio”, indica. E acrescenta que “o iodo afeta diretamente e deixa mutações nos genes, podendo desenvolver o câncer de tireoide; o estrôncio se acumula nos ossos durante 30 anos e continua se propagando no organismo e o césio fica depositado nos músculos”.

Outras consequências possíveis de uma exposição intensiva às radiações são: más-formações, câncer de pele, cataratas, destruição da glândula tireoide, câncer de pulmão, leucemia, problemas de estômago e dano nos sistemas de reprodução, informa também o jornal espanhol.

O efeito da radiação, afirma o radiobiólogo, “vai bioacumulando, ou seja, vai passando de um ser vivo a outro e vai piorando”.

O meio ambiente, portanto, se vê igualmente afetado quando a contaminação se infiltra na cadeia nutritiva.

Aos vulneráveis humanos só resta tomar o máximo de medidas possíveis para diminuir esses efeitos.

Por Rocío Rosa Rubio
Da EFE

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