INDÚSTRIA PREVÊ CRESCIMENTO DE 6% NA CONSTRUÇÃO CIVIL EM 2011

15/04/2011 19:02

 

Indústria prevê crescimento de 6% na Construção Civil em 2011

 
A estabilização da economia, o acesso ao crédito e o crescimento da renda no Brasil foram importantes para o bom desempenho da Construção Civil em 2010, disse ao Blog o diretor de economia do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP), Eduardo Zaidan.
 
Para 2011, o Sinduscon-SP está prevendo um crescimento em torno de 6%, um pouco abaixo do registrado em 2010, que ficou em mais de 10%. “Temos que levar em consideração que o crescimento de 2010 tem como base um crescimento baixo de 2009. Por isso, de jeito nenhum o crescimento esperado para esse ano é um nível baixo”, esclarece Zaidan.
 
“Para entender como funciona a atividade é preciso saber que no Brasil cerca de 45% do investimento que é feito em qualquer nível de atividade passa pela mão da Construção Civil. Se investir em Saúde, tem que construir posto de saúde, reformar. Se investir em Educação a mesma coisa; se a família resolve investir em moradia, também; se a Indústria vai aumentar a produção, tem que ampliar a fábrica. Por isso, quando tem um processo de crescimento na economia você tem investimento sendo feito e a construção civil vai crescer”, disse ele.
 
Segundo o executivo, “o aumento do financiamento na economia brasileira, tanto em nível habitacional, que voltou em 2006 com toda força, como para as empresas, que contaram com uma política cíclica do governo de aumento de crédito, acelerou a economia e por conseguinte a construção civil que também girou com mais vigor”, explica Zaidan.
 
O diretor do Sinduscon ainda destaca o Programa Minha Casa, Minha Vida como outro fator que influenciou o crescimento da Construção Civil. “O programa deu acesso a população de baixa renda ao financiamento, o que não existia no Brasil. Antes, quando precisavam resolver o problema de habitação, essa parcela da população improvisava. Ia na loja de material de construção e fazia seu puxadinho, de forma improvisada. Com a volta do financiamento, ficou acessível a essa parcela da população adquirir um imóvel produzido pela indústria da construção civil”, explicou.
 
Outro ponto relevante é a formalização que influenciou diretamente a geração de empregos no setor. “Tivemos uma ocupação do emprego que já estava disponível quando houve uma maior demanda pelo serviço das empresas que são ocupadoras da mão de obra. E as pessoas preferem trabalhar numa empresa que tem todos os direitos trabalhistas garantidos do que ficar na informalidade”, comenta. A Construção Civil foi responsável pela geração de 333.776 empregos até novembro de 2010, sendo o quarto setor que mais gerou empregos no país.
 
Mão de obra
 
Zaidan aponta como um dos principais problemas não só do setor, mas de toda a economia brasileira, a falta de mão de obra qualificada. “O Brasil olhou com muito descaso para a Construção Civil por 20, 25 anos porque foi um setor que cresceu muito pouco a partir da década de oitenta até meados dessa década. Além disso, essa é uma atividade de longo prazo. Entre a decisão de investimento até aquele investimento ficar pronto leva pelo menos três anos. Se você não tem uma continuidade de investimento não há estímulo para você investir em qualificação. O número de formandos em Engenharia caiu muito da década de 80 para frente porque não tinha emprego para essas pessoas. E engenheiro precisa de, no mínimo, cinco anos para se formar e mais sete ou oito para ficar realmente pronto para o mercado”, pondera Zaidan.
 
Por: Lyvia Justino
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